domingo, 17 de janeiro de 2010

Capítulo 09 – Guatemala by Night


Resolvi dar uma pausa nos posts sobre a viagem pra falar de um assunto que não poderia ficar de fora desse blog: a NIGHT Guatemalteca. Vivendo aqui da pra perceber o quanto é bizarra, porém sempre muito divertida.

Começarei fazendo uma citação de Murari (2009, s/p) autora do VidaChapina, um blog que fala sobre a experiência de viver na Guatemala com palavras cultas e um português bem escrito. Sim, ela já escreve nas novas normas da língua portuguesa, sem utilizar trema, coisa que o Word ainda faz questão de corrigir. Eu mesmo curto usar trema e fico feliz quando escrevo lingüiça. prontofalei. Sem fugir do assunto, deixo vocês com as palavras da Renata (Pasquale)...

Se ela entra, eu entro - A seleção dos VIPs para a noite chapina.

“Quando me contaram eu não acreditei, mas depois que vi de perto achei a coisa mais bizarra de todos os tempos. Na noite guatemalteca não é você que escolhe o clube onde quer ir, ele é que escolhe você. Explico: você seleciona o lugar, chega lá e o segurança decide se você está bom, bonito e bem vestido o suficiente para frequentá-lo. Se a pessoa não preencher os pré-requisitos aleatórios do segurança (que no meu conceito não entraria nem se tirasse o bigode se eu estivesse no lugar dele), ela simplesmente não entra, mesmo se mostrar a carteira recheada de quetzales (moeda local). O motivo é manter o “alto nível” do clube. Resultado: como os guatemaltecos ficaram lá no finzinho da fila da altura e da beleza, as discotecas correm um sério risco de ficarem vazias. Pelo menos na 1ª vez que entrei em uma pensei “se esses são os selecionados, coitado de quem ficou pra trás”. Ah sim, e night club aqui só até 1h da manhã. É lei nacional! Daí você sai de casa às 20h e incrivelmente à meia-noite já não aguenta de tanto ficar em pé.”

Realmente essa é a VIBE local. Você tem que sair de casa às 8 da noite, camisa social e SAPATO de couro pra poder entrar nos lugares. Me vestir para balada é sempre um sofrimento... sinto que estou sempre traindo os meus All Stars. (lágrima escorrendo pelo olho esquerdo).

Mas agora já ultrapassamos a barreira de não conseguir entrar nos lugares, porque finalmente achamos um prédio que tem várias baladas juntas que nos aceitam assim como nós somos, cobram 20 reais pro open bar e toca música boa. Quer dizer... Estamos virando figurinhas carimbadas (em ano de álbum da copa)

Falando em música boa...

As últimas duas vezes que fomos para esse “complexo de baladas” (nem tanto, mas enfim) foram “especialmente especiais” por um único motivo: Gaiola das Popozudas.

Porque a pessoa esta lá, se acostumando com o fato de ter que escutar mais de 10 músicas seguidas de Reaggeton/salsa/merengue, intercalada com umas 3 músicas em inglês conhecidas, quando uma luz divina ilumina a cabeça do DJ e ele resolve colocar “Eu vou pro baile sem calcinha”...

QUER DIZER...

Os Brasileiros de plantão, que já estavam cerca de 2-3 horas no local open bar, perdem a linha no melhor estilo Brasileiro e dão um show a parte no chão local, com uma alegria que contagia qualquer um e nos transporta para um baile funk nas favelas cariocas!

Não para por ai. Os DJs, que agora já são os nossos ídolos, ainda colocaram CRÉU (sem comentários nessa parte), a música do filme Tropa de Elite e uns sambinhas. Um deles colocou Ilariê na vibe “vazem da discoteca”. Nesse momento o DJ destruiu com todo o respeito que eu tinha por ele, mas ao ver todos os nativos adorando Ilariê em espanhol eu tirei o ódio do coração e de peixinho fui pra trás.

Se eu fosse contar tudo de bizarro que pode acontecer na noite guatemalteca esse projeto de livro iria passar do tamanho das cartas quilométricas que a Xuxa recebe. Então chega!

Fiquei meia hora procurando uma foto decente pra ilustrar esse post, mas antes ela precisava passar pela aprovação de todos os presentes, coisa humanamente impossível. Então achei essa... um esquenta pré balada com tequila diretamente do México. O melhor de tudo!? ALBITA tomando tequila com a gente! Sem mais.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Capítulo 8 – Alegría!


VOLTEI!!!!

Foram 10 dias de viagem pós Honduras, mas não pretendo escrever sobre tudo agora. Se fizesse isso provavelmente deixaria de lado vários detalhes, você iria me xingar vidas pelo tamanho do texto, meus dedos iriam sangrar e você iria babar no teclado do seu computador. Sendo assim, para o bem da humanidade, pretendo ir escrevendo sobre cada cidade em um capítulo diferente desse livro (not!).

A bola da vez: Elisabeth ALEGRÍA!

A aventura começou já no busão indo pra esse lugar até então desconhecido. Chegamos em San Salvador (capital de El Salvador para os que reprovaram em geografia) sem ter idéia de como chegar até Alegría. Chegando na rodoviária (lê-se galpão com chão de terra) encontramos o tal bus que nos levaria até Alegría. Foi ai que descobrimos que a viagem de mais de 2 horas seria feita em um ônibus pior que os ônibus de linha do Rio de Janeiro. O mais engraçado foi olhar para aquilo e perguntar o preço e o trocador responder: 50! Eu, Fiorela e Renata gritamos juntos “CINQUENTA!!!!” (dólares no caso). O trocador todo maroto disse: “50 centavos”. Risada de alívio no rosto... pra dentro do ônibus. Eu, Fiorela, Renata, mais 149 pessoas, uma galinha e 1000 vendedores entrando e saindo.

Quando eu falo 1000 não é exagero. É só ficar 10 minutos sentado dentro do ônibus que você consegue fazer o mercado da semana. Eles vendem:

- cebola

- tomate

- hambúrguer

- churrasco (no espeto estilo rodízio)

- bala

- escova de dente

- remédio que cura tudo (de câncer até corrimentos vaginais)

- cartões com frases bonitas e imagens de personagens da Disney

- refrigerante em saco plástico

- pratos feitos

- e muito mais...

As pessoas realmente compram tudo isso e jogam todo o lixo pela janela. Dica desse capítulo: não viaje na janela nos ônibus de El Salvador, é muito provável que você seja atingido por restos de alimentos. No meu caso, um limão na cabeça bem no meio do meu sono. Ficaadica!

A “cidade”, que na verdade é um PUEBLO, era bem mini e aconchegante. Mas o verdadeiro motivo da viagem até Alegría foi conhecer uma lagoa... na qual explico no vídeo a seguir:


Update: Esqueci de contar duas coisas muito bizarras que aconteceram nesse lugar. O tal vulcão se transformou em um campo de obras, exploração de pedras, sei lá exatamente. Mas eu só sei que tinham muitos homens trabalhando no local. Agora junta esse monte de homem com mais duas meninas de biquini em uma lagoa irada. Poisé. Foi pelo menos UMA HORA de "FIU FIU" sem parar. Dava pra sentir o cheio da testosterona no ar.

Ainda tratando de campo de obras/mineração, do nada a gente ouviu uma MEGA EXPLOSÃO! 2 segundos depois começou a chover pedra. Quer dizer, a destruição rolando solta e três turistas idiotas se banhando na lagoa com o risco de morrer com uma pedrada na cabeça! FIM!


Sem mais o que conhecer desse lugar, voltamos (vivos) para San Salvador... aguardem o próximo capítulo.

obs.: quem quiser ver mais fotos da viagem, tem um monte no meu orkut!