Assim como a novela teen, Malhação na Guatemala é composta por uma galerinha do barulho que apronta altas confusões e vivem aventuras e desafios alucinantes enquanto curtem altos agitos... tudo isso com um tremendo clima de azaração.
Ok. Não. Quer dizer, em partes...
Sim somos uma galerinha do barulho... afinal os 4 residentes da casa estão devidamente matriculados e com o pagamento em dia na academia. É como se fosse uma regra entre a gente: todos vão e todos se incentivam a ir, porque o mundo ta cansado de saber que academia sozinho não rola. Mas como toda regra tem uma exceção, sempre rola um preguiçoso que fica pra trás. Por incrível que pareça eu não sou o primeiro da fila dos preguiçosos (momento pra você aplaudir meu êxito).
De certa forma ir para academia, no contexto Guatemala, pode ser considerado uma aventura e um desafio alucinante. Aventura porque pra chegar até a academia a gente tem que passar por uma das passarelas que dizem ser a mais perigosa da Guatemala (assim como todas as outras), recheada de vendedores ambulantes e pedintes. Desafio porque né... só o fato de ter que sair de casa outra vez depois de um longo dia de trabalho pra ir malhar já é um desafio mais difícil que aprender a falar PAPIBAQUIGRAFO.
Desafio maior que esse é resistir a todas as tentações que estão no caminho da academia. Começando pela panificadora chamada San Martin (‘Dos Pobres’, a quem Cirilo pedia o amor de Maria Joaquina). São doces e salgados gritando “me coma sem pudor” na vitrine, incluindo o novo lançamento do mês: torta de Oreo. Depois passamos pelo quiosque de Cinnamon Rolls (no qual eu e Renata sempre separamos parte do nosso orçamento mensal para investir em 10 minutos e 10.000 calorias de puro prazer). Depois de cruzar a passarela do terror damos de cara com um Burger King, que está sempre de porta abertas jorrando cheio de gordura trans na nossa cara. Seguindo o caminho passamos por um lugar de comida chinesa, uma pizzaria, outra San Martin (Dos Pobres) e por ai vai. De 46 lojas no caminho, pelo menos 40 são de comida obesa e que me apetecem DEMASIADO.
Os dias mais divertidos da academia são as terças e quartas, dias da aula de kickboxing. Um professor meio louco que bate e empurra os alunos + som das musicas mais POPs do momento = ALTOS AGITOS. Acho que ele é meio sado masoquista... além de bater na galera ele também curte levar porrada, diz que a avó dele bate mais forte, que eu e a Renata pulamos que nem o Chapolim, que o Guto dança ao invés de lutar, que tamanho não é documento, etc... tudo isso em voz alta, no microfone estilo Sandy que ele usa.
Pensando bem, acho que a única coisa que não rola no contexto academia é o clima de azaração. Porque academia não é lugar de fazer amigos, muito menos de azarar alguém. Mercado? Ok! Academia? Não. Pessoas suadas, fedidas e sofrendo... uma combinação nada perfeita para o seu par ideal. Se bem que rola uma espécie de GigaByte lá dentro. Quem sabe um dia eu não pago uma rodada de suco pra galera gostar de mim!
Enfim... sempre odiei academia, continuo odiando (menos do que antes), mas no fundo no fundo confesso que é um sofrimento divertido. E o fato de eu ter perdido 6 quilos desde que me matriculei me faz querer sofrer ainda mais. Vai entender...