quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Capítulo 16 - Hasta la vista baby!

É meio difícil descrever o que eu to sentindo nesse momento. Estou sentado no chão do aeroporto do Panamá, esperando minha conexão pro Rio, e ainda não caiu muito bem a ficha de que eu to voltando pro Brasil de vez. Parece que to indo pra mais uma viagem de férias com data de volta programada.

Os últimos dias foram bem nostálgicos. Já não estava trabalhando, totalmente focado em deixar tudo arrumado pra viagem. Nesses momentos, é impossível não fazer aquela limpa geral e começar a lembrar de cada momento que passou durante um ano e um mês na Guatemala.

(pausa pra entrar no avião, esqueci que no Panamá já tinha que adiantar uma hora)

Bom, agora já estou no conforto da casa dos meus pais, já passei por todos os estresses da viagem, entre eles driblar as pessoas da Copa com mais malas que o permitido e ser parado pela Receita Federal para revisar minhas malas.

Hoje, quando já posso olhar pra trás, tenho toda certeza do mundo quando digo que os quase 400 dias vividos na Guatemala valeram a pena, tanto pelos bons e maus momentos. Pode parecer um pouco clichê, mas diante cada situação a gente sempre acaba tirando algo de positivo.

Foi uma experiência tão importante que a eternizei em uma tatuagem. Quando fiz a tattoo, comentei que a minha experiência na Guatemala marcaria uma fase muito importante da minha vida, o que de fato foi o que aconteceu. Continuo o mesmo Fábio de antes, porém com características melhoradas, principalmente no lado profissional. Acredito que ter essa percepção de mim mesmo já faz com que o meu intercambio tenha valido a pena.

Claro que o trabalho, principal motivo da viagem, foi o mais importante. Até mesmo porque 80% do meu tempo na Guatemala passei trabalhando ou pensando em trabalho. Poder trabalhar em uma multinacional farmacêutica e fazer parte ativa dos processos, me fez aprender muito mais em um ano de trabalho, do que aprendi durante os 4 da faculdade.

Os outros 20% (não menos importantes) foram dedicados a lazer e viagens. Ta no sangue do intercambista o tesão por viajar e desbravar lugares desconhecidos; ainda mais na America Central, um destino turístico ainda pouco procurado. Foram viagens no mínimo interessantes. Umas as trabalho, em hotéis 5 estrelas e comida maravilhosa. Outras com a mochila nas costas, em albergues de 7 reais e pão no café da manhã, almoço e janta.

A Guatemala é conhecida como berço da cultura Maia, destacada pelas pirâmides e povoados que ainda vivem imersos nessa cultura. Foram vans lotadas, com pessoas fedendo e motoristas loucos. Tudo pra chegar aos lugares mais escondidos do país e descobrir esse lado da cultura Guatemalteca. Lugares que nem eram tão turísticos, que não tinham um monumento famoso pra tirar foto. Lugares aonde a vida simplesmente acontecia, e o mais interessante era sentar na praça central e observar o movimento local.

A pior coisa do intercambio foi ir embora. Como uma amiga definiu, é o sentimento mais “agridoce” que uma pessoa pode sentir. Ao mesmo tempo em que estava super feliz de estar voltando pra casa, pra rever minha família, estava deixando pra trás outra família construída ao longo de mais de um ano de experiências compartilhadas. Esse é o ruim de um intercambio de longa duração: o apego. Posso dizer que fiz amigos pra vida inteira e que na Guatemala conheci pessoas que mudaram a minha vida. Mas faz parte...deixei pra trás as pessoas (temporariamente), mas trouxe comigo uma bagagem enorme de experiências, alguns gigas de fotos e muitas histórias pra contar.

Com esse post encerro meu blog. Até o Google não deletar minha conta, sei que posso voltar aqui para reviver um pouquinho da minha GUATEVIDA!

domingo, 3 de outubro de 2010

Capitulo 15 – O paraíso tem nome... e se chama San Blas!

Tudo começou lá pelo meio de Junho quando passei pela porta de uma agencia de viagens e vi que as passagens pro Panamá estavam “super baratas” (comparando com os preços originais). Com o feriado de Setembro já em vista, a idéia era ir pra Cuba, mas no momento não tava rolando me prostituir pra pagar a passagem. Daí descobrimos que o paraíso estava à uma hora e meia da capital do Panamá e a entrada custava 250 dólares (preço da passagem de avião). Uma pechincha pra quem jamais pensou que pisaria lá!

Convocamos uma reunião familiar e decidimos fazer um investimento para comprar nosso pedacinho no paraíso. Falo e repito: VALEU MUITO A PENA.




No paraíso tinha sombra, água fresca, golfinho e cerveja.

No paraíso não tinha água potável nem descarga naquilo que eles chamavam de banheiro. Resultado? Ver esse LINK


Lá o tempo não passava. Acordávamos as 6:30 com o sol na cara, dormíamos as 21:30 já que a luz era pouca e o cansaço da nossa rotina era muito. Acompanhe nosso dia-a-dia:


· Acordar

· Ver o mar

· Tomar café da manhã (pão com ovo todos os dias)

· Nadar um pouco com os peixes

· Jogar vôlei

· Fazer nada jogado na areia

· Almoçar (1Kgde arroz com frango todos os dias)

· Tirar um cochilo na rede

· Nadar com os peixes e esporádicos golfinhos

· Fazer nada na água do mar

· Jogar frescobol

· Fazer nada na areia

· Jantar (as 5:30 da tarde, 1Kg de arroz com frango)

· Fazer nada jogado na areia ou dentro do mar (ótimo pra digestão)

· Tomar banho com 3 pingos de água por minuto

· Fazer nada sentadinho em cima da toalha

· Dormir


Obs: adicionar “falar merda” entre cada um dos pontos anteriores


Com uma rotina tão intensa, pegamos tudo aquilo que nos rodeava na ilha, botamos no nosso mundinho de pensamentos aleatórios e criamos mais um capítulo do “Mira Pues!”, o seu pocket show preferido. Vejam nossas aventuras em uma ilha de 15m2 onde nada além das nossa besteiras acontecia.



Digo que foram umas mini férias BEM merecidas. Saímos das infinitas chuvas da Guatemala para aproveitar o sol e o calor de San Blas, que em apenas um dia tiraram a minha cor carinhosamente apelidada como “Amarelo Novartis” que me deixa com cara de doente. Agora a liberdade de andar só de bermuda o dia todo foi substituída por uma roupa social, de volta a realidade.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Capítulo 14 - Guatemala 23 graus...


cidade maravilha, purgatório da beleza e do CAOS


Gostaria de começar esse post pedindo pra você fazer uma lista (pode ser mental) das coisas que você gostaria de presenciar durante sua vida.

Pronto?!

Se essa lista inclui os itens: vulcão, terremoto, chuva de cinzas e tempestades tropicais, eu sugiro que você elimine elas agora. Sei lá, joga pro seu inconsciente, guarda numa caixinha e esconde a chave. Tive a experiência de presenciar tudo isso em apenas 3 dias e acredite, no fundo fundo fundo pode ser até um pouco divertido, mas não vale a pena.

A única explicação que eu tenho pra isso é que alguém chegou para um ser superior e disse: “Vamos zuar a Guatemala?”. Até rolam umas teorias de que é culpa da extração de petróleo que os Estados Unidos estão fazendo no Caribe, mas eu prefiro acreditar que os Deuses Maias escolheram a Guatemala pra simular o que vai acontecer em 2012.

Tudo começou (a um tempo atrás na ilha do sol) quando eu estava no shopping aqui perto de casa em uma busca desenfreada por uma camisa do Brasil boa, bonita e barata pra usar durante os jogos da Copa do Mundo. Do nada liga o João (brasileiro que tbm trabalha na Novartis) e diz: “TA CHOVENDO AREIA!”. Digamos que o histórico do João é super favorável no quesito brincar com as coisas mais aleatórias do mundo, e minha reação foi “Menino, vai arrumar o que fazer e para de gastar crédito do celular com besteira”. Eis que eu saio do shopping, na vibe tira teima, e TAVA CHOVENDO AREIA. Na real não era nem areia, eram cinzas do vulcão Pacaya querido, aquele mesmo que quis me matar a um mês atrás. Tudo culpa da lava que jorrava a 1,5km, eu disse KILOMETROS, obrigado.

Foto roubada do Blog da Renata (foto BBC)

Do nada as ruas da Guatemala começaram a ficar negras. Sabe quando neva? Então, só que preto. Sabe quando passam na praia chutando areia com havaianas? Então, só que era constante e caía do céu. Uma experiência no mínimo bizarra. Quem estava acordado acompanhou meu desespero via Twitter. Desespero que foi intensificado a décima potencia quando um amigo nosso, guatemalteco, ligou falando pra gente dormir com a porta do quarto aberta caso rolasse um terremoto a gente poderia escapar mais rápido.

Primeira coisa que me veio na cabeça?! A maravilhosa dica da minha irmã de dormir com uma mochila do lado da cama com passaporte e dinheiro. A vontade era de fazer minha mala e deixar ela já do lado de fora da casa, mas tipo, não rolou. Me contentei com dinheiro, passaporte, computador, câmera, carregadores, mp3 e confesso que ainda botei um perfume la dentro. Sei lá né, vai que rola não ter água depois de um terremoto. Comofaz?

No dia seguinte fui caminhando pra Novartis com um tapete negro estendido sob meus pés. Todo mundo só comentava o que aconteceu, rolavam boatos de que não ia ter trabalho, de que ia chover mais areia, que o país estava decretando estado de calamidade pública. No final das contas liberaram a gente mais cedo do trabalho por conta do perigo. Como a minha casa não tem lage e eu não me sinto seguro aqui, fui pro shopping outra vez. A noite chegou, minha casa continuava de pé e eu fui dormir feliz com o barulho da chuva caindo direto na telha, e logo depois na minha cama (obrigado goteira nos pés).

Foto roubada do Blog da Renata 2. Estacionamento da Novartis

Mal sabia que essa chuva ia durar mais de 30 horas. O pessoal aqui de casa já tinha o dia todo planejado, saímos pra comprar bebida, íamos fazer um esquenta e depois sair pra despedida de um amigo... Mas quem disse que a Agatha deixou?! By the way, Agatha é uma tormenta tropical que estava avançando do mar pro continente. Tivemos que cancelar a baladénha e ficamos em casa bebendo e nos deprimindo. Pra ajudar, uma amiga liga dizendo que a Sra. Agatha iria chegar à cidade as 3 da manhã e que o indicado era estocar comida e comprar velas. Comida? NO CHECK. Velas? NO CHECK. Mercado aberto? NO CHECK. Desespero? CHECK!

A solução encontrada foi ir correndo, na chuva, até a padaria do shopping (obrigado por existir, te amo). Lá não tinha velas, e o estoque de comida se resumiu a um saco de pão de forma. Depois disso a gente resolveu aproveitar a corridinha na chuva pra ir ao cinema e esperar o mundo acabar.

Acordei no dia seguinte e o mundo não tinha acabado. Agatha broxou e não chegou à velocidade 5 da dança do Créu na Guatemala. Só deixou um rombo de 30 metros de largura e 60 metros de profundidade no meio da capital.

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Mudando da água pro vinho, aproveito o post do CAOS pra falar de AMOR. Ou melhor, deixo o novo episódio de Mira Pues falar de amor em 5 línguas... Enjoy!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Capitulo 13 – É o Tchan na Selva!

Já tinha comentado em um dos capítulos anteriores que uma das partes iradas de morar na America Central é o fato de o turismo ser praticamente natural, ou seja: praias, vulcões e afins...

Pra não perder o espírito de aventura, sempre que possível eu e o povo aqui da casa nos jogamos no meio do mato pra ver o que rola. Posso dizer que rolam várias coisas... inclusive pedras de um vulcão ativo. Resumindo a história, estávamos escalando um vulcão da Guatemala, com o objetivo de ver a lava bem de pertinho. No meio do caminho passamos por uma menina descendo com a cara cheia de sangue. Moral da história: houve um deslizamento de terra que matou 4 pessoas e feriu outras tantas. O vulcão foi interditado e tivemos que dar meia volta debaixo de uma chuva de granizo. Momento para agradecer ao Deus do Milho que fez a gente ir pro vulcão depois da hora planejada. Porque se PAH poderia ser a gente no meio das pedras. MEDO! Para mais detalhes sobre essa aventura clique aqui

Galera super empolgada, linda e seca pré vulcão!

Galera super em pânico, triste e desejando um crepe pós vulcão!

Idéias loucas de escalar vulcões a parte...

Renata e eu resolvemos desbravar uma trilha pra chegar até um mirador em Semuc Champey... entre idas, vindas, perdidas e barulhos no meio do mato que nos assustavam, resolvemos gravar o segundo MIRA PUES! O vídeo resume o que uma câmera na mão de dois semi retardados não faz...

domingo, 11 de abril de 2010

Capítulo 12 – Marcado pra sempre...


Como alguns sabem, outros provavelmente saberão nesse momento, eu resolvi fazer outra tatuagem. Não, eu não estou ficando louco, não quero transformar meu corpo em uma revista em quadrinhos, não quero ser rebelde. Eu fiz porque eu realmente quis, por milhões de significados, muitos deles eu acho que só eu entenderei por que.

Mas enfim, eu resolvi fazer essa tatuagem pra marcar minha experiência aqui na Guatemala. Porque no meu ponto de vista minha vida será dividida entre antes e depois da Guatemala, por motivos bem pessoais e também profissionais. Se eu fosse escrever tudo que passou pela minha cabeça antes, durante e depois da tatuagem esse post ficaria grande demais e poético ao extremo. Por isso vamos ao significado literal da tatuagem, o que ela de fato significa; que também foi um dos grandes motivos para fazê-la.

Basicamente são quatro símbolos Maias, civilização pré-colombiana, com influência altamente detectada aqui na Guatemala. Segundo eles, quando a essência do homem se sincroniza com a essência dos dias, se alcançam estados superiores na mente y no espírito. Quando o povo Maia descobriu isso, decidiram representar essas sensações e qualidades em símbolos. Ao total são 20 símbolos sagrados, chamados “Los 20 glifos Mayas”.

Esse símbolos são divididos em 4 grupos: norte, sul, leste e oeste. Razão pela qual eu optei por fazer 4 símbolos. A seguir está um esquema com o desenho de cada símbolo, nome Maia, nome em português e significados.


Como todo mundo sabe, de acordo com a profecia Maia, o mundo acabará no dia 21 de dezembro de 2012. Essa tatuagem também é a tentativa de me colocar de acordo com os deuses Maias e me salvar no dia do apocalipse. NOT!!

domingo, 4 de abril de 2010

Capítulo 11 – Mira Pues!

Eu sei que faz tempo que eu não posto. Eu sei que todo mundo já me cobrou mil vezes. Eu sei que eu sou lindo. Mas vamos combinar... 5 comentários no post anterior não dão motivação nenhuma pra escrever. As únicas pessoas que tem desculpa pra não comentar são os meu avós, porque né, quando eles nasceram não tinha nem televisão, apesar de rolar todo um esforço em se aventurar no mundo virtual. Pai e mãe, no blog da Rê vocês comentavam em todos os posts. Fim.

Reclamações a parte... eu demorei mas voltei com TUDO. Nesse post tenho a honra de estrear (junto com a Renata) o nosso mais novo empreendimento no mundo virtual do entretenimento: um programa (não semanal, já adianto logo) de variedades do mundo Guatemalteco... MIRA PUES!

Abaixo vocês podem conferir o programa piloto. Investimos muito dinheiro e tempo para poder levar toda a nossa equipe de especialistas para Tikal, berço do mundo Maia, e fazer uma estréia digna de produção Internacional!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Capítulo 10 – Malhação


Assim como a novela teen, Malhação na Guatemala é composta por uma galerinha do barulho que apronta altas confusões e vivem aventuras e desafios alucinantes enquanto curtem altos agitos... tudo isso com um tremendo clima de azaração.


Ok. Não. Quer dizer, em partes...


Sim somos uma galerinha do barulho... afinal os 4 residentes da casa estão devidamente matriculados e com o pagamento em dia na academia. É como se fosse uma regra entre a gente: todos vão e todos se incentivam a ir, porque o mundo ta cansado de saber que academia sozinho não rola. Mas como toda regra tem uma exceção, sempre rola um preguiçoso que fica pra trás. Por incrível que pareça eu não sou o primeiro da fila dos preguiçosos (momento pra você aplaudir meu êxito).

De certa forma ir para academia, no contexto Guatemala, pode ser considerado uma aventura e um desafio alucinante. Aventura porque pra chegar até a academia a gente tem que passar por uma das passarelas que dizem ser a mais perigosa da Guatemala (assim como todas as outras), recheada de vendedores ambulantes e pedintes. Desafio porque né... só o fato de ter que sair de casa outra vez depois de um longo dia de trabalho pra ir malhar já é um desafio mais difícil que aprender a falar PAPIBAQUIGRAFO.

Desafio maior que esse é resistir a todas as tentações que estão no caminho da academia. Começando pela panificadora chamada San Martin (‘Dos Pobres’, a quem Cirilo pedia o amor de Maria Joaquina). São doces e salgados gritando “me coma sem pudor” na vitrine, incluindo o novo lançamento do mês: torta de Oreo. Depois passamos pelo quiosque de Cinnamon Rolls (no qual eu e Renata sempre separamos parte do nosso orçamento mensal para investir em 10 minutos e 10.000 calorias de puro prazer). Depois de cruzar a passarela do terror damos de cara com um Burger King, que está sempre de porta abertas jorrando cheio de gordura trans na nossa cara. Seguindo o caminho passamos por um lugar de comida chinesa, uma pizzaria, outra San Martin (Dos Pobres) e por ai vai. De 46 lojas no caminho, pelo menos 40 são de comida obesa e que me apetecem DEMASIADO.

Os dias mais divertidos da academia são as terças e quartas, dias da aula de kickboxing. Um professor meio louco que bate e empurra os alunos + som das musicas mais POPs do momento = ALTOS AGITOS. Acho que ele é meio sado masoquista... além de bater na galera ele também curte levar porrada, diz que a avó dele bate mais forte, que eu e a Renata pulamos que nem o Chapolim, que o Guto dança ao invés de lutar, que tamanho não é documento, etc... tudo isso em voz alta, no microfone estilo Sandy que ele usa.

Pensando bem, acho que a única coisa que não rola no contexto academia é o clima de azaração. Porque academia não é lugar de fazer amigos, muito menos de azarar alguém. Mercado? Ok! Academia? Não. Pessoas suadas, fedidas e sofrendo... uma combinação nada perfeita para o seu par ideal. Se bem que rola uma espécie de GigaByte lá dentro. Quem sabe um dia eu não pago uma rodada de suco pra galera gostar de mim!

Enfim... sempre odiei academia, continuo odiando (menos do que antes), mas no fundo no fundo confesso que é um sofrimento divertido. E o fato de eu ter perdido 6 quilos desde que me matriculei me faz querer sofrer ainda mais. Vai entender...


"Cabeção, me vê um sanduiche natural... e uma RODADA DE SUCO PRA GALERA!!!"


domingo, 17 de janeiro de 2010

Capítulo 09 – Guatemala by Night


Resolvi dar uma pausa nos posts sobre a viagem pra falar de um assunto que não poderia ficar de fora desse blog: a NIGHT Guatemalteca. Vivendo aqui da pra perceber o quanto é bizarra, porém sempre muito divertida.

Começarei fazendo uma citação de Murari (2009, s/p) autora do VidaChapina, um blog que fala sobre a experiência de viver na Guatemala com palavras cultas e um português bem escrito. Sim, ela já escreve nas novas normas da língua portuguesa, sem utilizar trema, coisa que o Word ainda faz questão de corrigir. Eu mesmo curto usar trema e fico feliz quando escrevo lingüiça. prontofalei. Sem fugir do assunto, deixo vocês com as palavras da Renata (Pasquale)...

Se ela entra, eu entro - A seleção dos VIPs para a noite chapina.

“Quando me contaram eu não acreditei, mas depois que vi de perto achei a coisa mais bizarra de todos os tempos. Na noite guatemalteca não é você que escolhe o clube onde quer ir, ele é que escolhe você. Explico: você seleciona o lugar, chega lá e o segurança decide se você está bom, bonito e bem vestido o suficiente para frequentá-lo. Se a pessoa não preencher os pré-requisitos aleatórios do segurança (que no meu conceito não entraria nem se tirasse o bigode se eu estivesse no lugar dele), ela simplesmente não entra, mesmo se mostrar a carteira recheada de quetzales (moeda local). O motivo é manter o “alto nível” do clube. Resultado: como os guatemaltecos ficaram lá no finzinho da fila da altura e da beleza, as discotecas correm um sério risco de ficarem vazias. Pelo menos na 1ª vez que entrei em uma pensei “se esses são os selecionados, coitado de quem ficou pra trás”. Ah sim, e night club aqui só até 1h da manhã. É lei nacional! Daí você sai de casa às 20h e incrivelmente à meia-noite já não aguenta de tanto ficar em pé.”

Realmente essa é a VIBE local. Você tem que sair de casa às 8 da noite, camisa social e SAPATO de couro pra poder entrar nos lugares. Me vestir para balada é sempre um sofrimento... sinto que estou sempre traindo os meus All Stars. (lágrima escorrendo pelo olho esquerdo).

Mas agora já ultrapassamos a barreira de não conseguir entrar nos lugares, porque finalmente achamos um prédio que tem várias baladas juntas que nos aceitam assim como nós somos, cobram 20 reais pro open bar e toca música boa. Quer dizer... Estamos virando figurinhas carimbadas (em ano de álbum da copa)

Falando em música boa...

As últimas duas vezes que fomos para esse “complexo de baladas” (nem tanto, mas enfim) foram “especialmente especiais” por um único motivo: Gaiola das Popozudas.

Porque a pessoa esta lá, se acostumando com o fato de ter que escutar mais de 10 músicas seguidas de Reaggeton/salsa/merengue, intercalada com umas 3 músicas em inglês conhecidas, quando uma luz divina ilumina a cabeça do DJ e ele resolve colocar “Eu vou pro baile sem calcinha”...

QUER DIZER...

Os Brasileiros de plantão, que já estavam cerca de 2-3 horas no local open bar, perdem a linha no melhor estilo Brasileiro e dão um show a parte no chão local, com uma alegria que contagia qualquer um e nos transporta para um baile funk nas favelas cariocas!

Não para por ai. Os DJs, que agora já são os nossos ídolos, ainda colocaram CRÉU (sem comentários nessa parte), a música do filme Tropa de Elite e uns sambinhas. Um deles colocou Ilariê na vibe “vazem da discoteca”. Nesse momento o DJ destruiu com todo o respeito que eu tinha por ele, mas ao ver todos os nativos adorando Ilariê em espanhol eu tirei o ódio do coração e de peixinho fui pra trás.

Se eu fosse contar tudo de bizarro que pode acontecer na noite guatemalteca esse projeto de livro iria passar do tamanho das cartas quilométricas que a Xuxa recebe. Então chega!

Fiquei meia hora procurando uma foto decente pra ilustrar esse post, mas antes ela precisava passar pela aprovação de todos os presentes, coisa humanamente impossível. Então achei essa... um esquenta pré balada com tequila diretamente do México. O melhor de tudo!? ALBITA tomando tequila com a gente! Sem mais.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Capítulo 8 – Alegría!


VOLTEI!!!!

Foram 10 dias de viagem pós Honduras, mas não pretendo escrever sobre tudo agora. Se fizesse isso provavelmente deixaria de lado vários detalhes, você iria me xingar vidas pelo tamanho do texto, meus dedos iriam sangrar e você iria babar no teclado do seu computador. Sendo assim, para o bem da humanidade, pretendo ir escrevendo sobre cada cidade em um capítulo diferente desse livro (not!).

A bola da vez: Elisabeth ALEGRÍA!

A aventura começou já no busão indo pra esse lugar até então desconhecido. Chegamos em San Salvador (capital de El Salvador para os que reprovaram em geografia) sem ter idéia de como chegar até Alegría. Chegando na rodoviária (lê-se galpão com chão de terra) encontramos o tal bus que nos levaria até Alegría. Foi ai que descobrimos que a viagem de mais de 2 horas seria feita em um ônibus pior que os ônibus de linha do Rio de Janeiro. O mais engraçado foi olhar para aquilo e perguntar o preço e o trocador responder: 50! Eu, Fiorela e Renata gritamos juntos “CINQUENTA!!!!” (dólares no caso). O trocador todo maroto disse: “50 centavos”. Risada de alívio no rosto... pra dentro do ônibus. Eu, Fiorela, Renata, mais 149 pessoas, uma galinha e 1000 vendedores entrando e saindo.

Quando eu falo 1000 não é exagero. É só ficar 10 minutos sentado dentro do ônibus que você consegue fazer o mercado da semana. Eles vendem:

- cebola

- tomate

- hambúrguer

- churrasco (no espeto estilo rodízio)

- bala

- escova de dente

- remédio que cura tudo (de câncer até corrimentos vaginais)

- cartões com frases bonitas e imagens de personagens da Disney

- refrigerante em saco plástico

- pratos feitos

- e muito mais...

As pessoas realmente compram tudo isso e jogam todo o lixo pela janela. Dica desse capítulo: não viaje na janela nos ônibus de El Salvador, é muito provável que você seja atingido por restos de alimentos. No meu caso, um limão na cabeça bem no meio do meu sono. Ficaadica!

A “cidade”, que na verdade é um PUEBLO, era bem mini e aconchegante. Mas o verdadeiro motivo da viagem até Alegría foi conhecer uma lagoa... na qual explico no vídeo a seguir:


Update: Esqueci de contar duas coisas muito bizarras que aconteceram nesse lugar. O tal vulcão se transformou em um campo de obras, exploração de pedras, sei lá exatamente. Mas eu só sei que tinham muitos homens trabalhando no local. Agora junta esse monte de homem com mais duas meninas de biquini em uma lagoa irada. Poisé. Foi pelo menos UMA HORA de "FIU FIU" sem parar. Dava pra sentir o cheio da testosterona no ar.

Ainda tratando de campo de obras/mineração, do nada a gente ouviu uma MEGA EXPLOSÃO! 2 segundos depois começou a chover pedra. Quer dizer, a destruição rolando solta e três turistas idiotas se banhando na lagoa com o risco de morrer com uma pedrada na cabeça! FIM!


Sem mais o que conhecer desse lugar, voltamos (vivos) para San Salvador... aguardem o próximo capítulo.

obs.: quem quiser ver mais fotos da viagem, tem um monte no meu orkut!