É meio difícil descrever o que eu to sentindo nesse momento. Estou sentado no chão do aeroporto do Panamá, esperando minha conexão pro Rio, e ainda não caiu muito bem a ficha de que eu to voltando pro Brasil de vez. Parece que to indo pra mais uma viagem de férias com data de volta programada.
Os últimos dias foram bem nostálgicos. Já não estava trabalhando, totalmente focado em deixar tudo arrumado pra viagem. Nesses momentos, é impossível não fazer aquela limpa geral e começar a lembrar de cada momento que passou durante um ano e um mês na Guatemala.
(pausa pra entrar no avião, esqueci que no Panamá já tinha que adiantar uma hora)
Bom, agora já estou no conforto da casa dos meus pais, já passei por todos os estresses da viagem, entre eles driblar as pessoas da Copa com mais malas que o permitido e ser parado pela Receita Federal para revisar minhas malas.
Hoje, quando já posso olhar pra trás, tenho toda certeza do mundo quando digo que os quase 400 dias vividos na Guatemala valeram a pena, tanto pelos bons e maus momentos. Pode parecer um pouco clichê, mas diante cada situação a gente sempre acaba tirando algo de positivo.
Foi uma experiência tão importante que a eternizei em uma tatuagem. Quando fiz a tattoo, comentei que a minha experiência na Guatemala marcaria uma fase muito importante da minha vida, o que de fato foi o que aconteceu. Continuo o mesmo Fábio de antes, porém com características melhoradas, principalmente no lado profissional. Acredito que ter essa percepção de mim mesmo já faz com que o meu intercambio tenha valido a pena.
Claro que o trabalho, principal motivo da viagem, foi o mais importante. Até mesmo porque 80% do meu tempo na Guatemala passei trabalhando ou pensando em trabalho. Poder trabalhar em uma multinacional farmacêutica e fazer parte ativa dos processos, me fez aprender muito mais em um ano de trabalho, do que aprendi durante os 4 da faculdade.
Os outros 20% (não menos importantes) foram dedicados a lazer e viagens. Ta no sangue do intercambista o tesão por viajar e desbravar lugares desconhecidos; ainda mais na America Central, um destino turístico ainda pouco procurado. Foram viagens no mínimo interessantes. Umas as trabalho, em hotéis 5 estrelas e comida maravilhosa. Outras com a mochila nas costas, em albergues de 7 reais e pão no café da manhã, almoço e janta.
A Guatemala é conhecida como berço da cultura Maia, destacada pelas pirâmides e povoados que ainda vivem imersos nessa cultura. Foram vans lotadas, com pessoas fedendo e motoristas loucos. Tudo pra chegar aos lugares mais escondidos do país e descobrir esse lado da cultura Guatemalteca. Lugares que nem eram tão turísticos, que não tinham um monumento famoso pra tirar foto. Lugares aonde a vida simplesmente acontecia, e o mais interessante era sentar na praça central e observar o movimento local.
A pior coisa do intercambio foi ir embora. Como uma amiga definiu, é o sentimento mais “agridoce” que uma pessoa pode sentir. Ao mesmo tempo em que estava super feliz de estar voltando pra casa, pra rever minha família, estava deixando pra trás outra família construída ao longo de mais de um ano de experiências compartilhadas. Esse é o ruim de um intercambio de longa duração: o apego. Posso dizer que fiz amigos pra vida inteira e que na Guatemala conheci pessoas que mudaram a minha vida. Mas faz parte...deixei pra trás as pessoas (temporariamente), mas trouxe comigo uma bagagem enorme de experiências, alguns gigas de fotos e muitas histórias pra contar.
Com esse post encerro meu blog. Até o Google não deletar minha conta, sei que posso voltar aqui para reviver um pouquinho da minha GUATEVIDA!